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Em poucas palavras como descrevia o Porto geologicamente?
O Porto é fundamentalmente uma cidade granítica, cujas rochas foram originadas durante a orogenia hercínica (à cerca de 300 Milhões de anos). Podem, igualmente, ser observadas rochas metamórficas e rochas sedimentares. As rochas metamórficas estão representadas na zona Este e Oeste da cidade. Na zona Este encontram-se as rochas pertencentes ao Complexo Xisto-Grauváquico, constituído por micaxistos e metagrauvaques e na zona Oeste as rochas pertencentes ao Complexo Metamórfico da Foz do Douro, constituído essencialmente por gnaisses, metassedimentos e anfibolitos. As rochas sedimentares existentes na cidade são constituídas por depósitos superficiais (depósitos Quaternários), representados por aluviões, depósitos marinhos da faixa litoral e depósitos fluviais. Os primeiros encontram-se dispersos um pouco por toda a cidade coincidindo com as linhas de água existentes. Os dois últimos encontram-se essencialmente na zona ocidental da cidade, embora se possam observar igualmente alguns depósitos fluviais com menor expressão na zona oriental, nomeadamente, os depósitos do Prado do Repouso e da Quinta de Nova Sintra. Existem, ainda, depósitos de aterro recentes essencialmente localizados na zona ocidental da cidade.
O que é o passeio Geológico da Foz do Douro?
O Passeio Geológico da Foz do Douro, inaugurado no dia 22 de Abril de 2005, é um percurso temático que tem por objectivo a divulgação científica e a preservação e valorização do Complexo Metamórfico da Foz do Douro, classificado desde 2001 como Património Natural Municipal. Entre a Praia do Castelo do Queijo e a Praia dos Ingleses foram colocados 9 painéis explicativos que constituem um apoio para quem pretender conhecer geologicamente a faixa litoral da cidade do Porto. O Passeio Geológico da Foz do Douro, que resultou de uma parceria entre a Câmara Municipal do Porto e o Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, constitui igualmente um complemento à formação escolar dos alunos, permitindo que o ensino da Geologia seja menos abstracto e mais interessante.
O que lhe falta para ser considerado património natural?
O Complexo Metamórfico da Foz do Douro foi já classificado como Património Natural Municipal (âmbito local). No entanto, e para que a sua divulgação, preservação e valorização seja mais relevante, seria conveniente a sua classificação como Monumento Natural (âmbito nacional). Para isso, é necessário elaborar uma candidatura dirigida ao Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade.
Em que medida isso pode valorizar a cidade do Porto?
O turismo científico está, cada vez mais, a ser opção de uma população informada e que gosta de conhecimento e aposta na sua valorização pessoal e profissional. Tem-se verificado, nos últimos anos a crescente procura de roteiros científicos, sendo exemplo, no nosso país, a grande adesão ao projecto Ciência Viva no Verão, que disponibiliza actividades em várias áreas científicas durante os meses estivais. As propostas de actividades científicas e culturais promovem a nossa cidade e trazem até ela um elevado número de turistas que se querem manter actualizados e que são extremamente curiosos e abertos à ciência e à cultura. Ganha a cidade e a sua população e ganham, também, aqueles que a visitam.
Acha que os Portuenses estão sensibilizados para isso?
A divulgação científica, no nosso país, é relativamente recente, mas verfica-se que nos últimos anos a população está cada vez mais interessada e procura participar activamente nas actividades que são desenvolvidas um pouco por todo país. No que diz respeito, concretamente, à cidade do Porto, podemos dizer que os portuenses não ficam atrás do resto do país. Exemplo disso, são os serões de Bonjóia que têm visto crescer de forma significativa o público participante, bem como as várias actividades científicas e culturais que se vão desenrolando pela cidade com “lotação esgotada”. No que diz respeito, em concreto, ao Passeio Geológico da Foz do Douro verificou-se o interesse pela actividade e participação nas visitas guiadas de um público diversificado, quer a nível etário, quer a nível da sua actividade profissional e grau académico. O ano de 2007, distinguiu-se, pelo aumento significativo de visitas escolares, bem como pelo aumento, em geral, de participantes nas visitas guiadas.
No Porto as construções respeitam o plano de ordenamento e de riscos
geológicos?
Os vestígios de ocupação da cidade do Porto remontam ao séc. II a.C. A cidade foi crescendo e aumentando a sua importância e nível estratégico. As construções foram sendo erguidas criando núcleos populacionais enraizados e com características particulares. Com a evolução dos tempos, a maioria da população abandonou o centro da cidade para se fixar nos subúrbios ou nas zonas limítrofes, ficando o coração da cidade, quase exclusivamente, para as actividades profissionais. As construções foram sendo erguidas sem uma preocupação a nível do ordenamento do território sofrendo, igualmente, mutações ao longo do tempo, como é o caso do Centro Histórico do Porto, onde um mesmo edifício pode conter materiais distintos, de várias épocas, que foram sendo adicionados ou substituíram outros. Acresce que a cidade do Porto não tinha até há pouco tempo, registos relevantes de danos causados por sismos, estando integrada numa zona de baixo risco. Com o conhecimento geológico-geotécnico da cidade e de registos de danos relativamente a eventos sísmicos (como por exemplo o sismo de 1755) torna-se necessário um reajuste das normas de construção. Verifica-se, também, que a memória relativa a eventos naturais com consequências graves é curta. Apesar, de existirem vários registos de eventos de deslizamento de terrenos e quedas de blocos na cidade do Porto, maioritariamente, na zona da escarpa das Fontaínhas, continuam a existir nessa zona núcleos populacionais, que não estão sensibilizados para o risco em que vivem todos os dias. Verifica-se, igualmente, em Invernos bastante chuvosos, os efeitos das cheias, por exemplo, na zona ribeirinha da cidade. É evidente, que numa cidade com as características da do Porto, é impossível alterar o seu tecido construído. Existem, no entanto, medidas minimizadoras do risco e zonas da cidade onde é possível uma requalificação do espaço, colocando equipamentos que não potenciem o risco ou deixando esses espaço libertos e elaborando planos de emergência, que permitam, de uma forma eficaz, proceder ao socorro da população e à protecção dos bens.
Qual é a sua previsão para o futuro sobre evolução da cidade do Porto?
Com a consciência crescente do risco é de prever que se tomem medidas no sentido da protecção da população e dos bens. As cartas de perigosidade e de risco são uma ferramenta extremamente importante que devem ser elaboradas e usadas de forma eficaz, com vista a uma recuperação e requalificação correcta do edificado.
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